Carlos Alberto
Chiarelli*
RIO - Trabalhar com educação é uma arte e uma
ciência que envolve não apenas professores, pais e alunos. Preparar as aulas,
produzir o conteúdo e levar conhecimento a quem interessa é um processo que
engloba uma longa e entrosada cadeia produtiva, principalmente no caso da
educação a distância, conhecida pela sigla EAD.
Nela, tudo começa com um projeto específico no
qual professores, roteiristas, diretores, produtores, gráficas, designers,
publicitários, jornalistas, entre outros profissionais, discutem a melhor
maneira de elaborar uma “simples” aula.
A ampliação do uso do EAD significa inúmeros
ganhos para o Brasil, uma vez que o emprego de novas tecnologias permite levar o
saber a muitos, em qualquer lugar, na hora que for mais adequada. E, em um país
com distâncias geográficas enormes como o nosso, esse é um fator
relevante.
Desde o início da EAD (quando os cursos eram
realizados usando diligências ou por rotineira via postal), já se sabia que ela
seria uma ferramenta eficaz na propagação do saber. Hoje, com o uso de
satélites, celulares, vídeos, livros e outros materiais já se tem certeza
disso.
Seu escopo é óbvio e estimulante: levar o
conhecimento a múltiplos lugares, tratando de torná-lo acessível à grande
maioria (amanhã, quem sabe, a todos). O primeiro passo para o sucesso da EAD,
pela qual já passaram aproximadamente três milhões de alunos, é a escolha de
professores qualificados. Depois, faz-se um treinamento para ajudá-los a
familiarizar-se com as câmeras de TV. Dentro desse processo desenvolve-se um
roteiro inicial e só depois disso inicia-se a produção das aulas.
Por isso, um curso de EAD bem produzido
consegue ser mais eficiente do que o presencial na hora de transmitir conteúdos
já que, por trás de cada aula, há inúmeros profissionais trabalhando para que
tudo saia da forma mais perfeita possível.
Vale lembrar que uma única aula de educação a
distância pode levar um mês para sua edição final, devido à exigência de
minuciosas técnicas de produção envolvidas no processo. Por esses e outros
fatores, a qualidade dos materiais e professores requeridos para um verdadeiro
projeto de EAD supera qualquer exigência rigorosa na avaliação do método.
O bom funcionamento dessa cadeia produtiva já
proporciona a milhões a possibilidade de conquistar uma formação, com menores
custos e maior comodidade individual (a educação a domicílio). Enfim, é o acesso
ao saber facilitado na operacionalização e qualificado no conteúdo.
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*Carlos Alberto
Chiarelli é ex-ministro da Educação, doutor em direito e presidente da
Aced (Associação da Cadeia Produtiva de Educação à Distância).
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