sábado, 31 de outubro de 2015

" O cerco se fecha "

EDITORIAL FOLHA DE SP

FOLHA DE SP - 

Repete-se, sobretudo no contexto da Operação Lava Jato, a tese de que nenhum cidadão, no Brasil contemporâneo, está acima da lei. Uma figura, no entanto, parece ter-se mantido ainda preservada sob um manto de intangibilidade.

Não tanto por sua conduta, mas pelo significado político de que seu nome se cerca, o ex-presidente Lula (PT) permanecia, desde o mensalão, ao largo das diversas investigações, processos e condenações que atingiram personagens fundamentais de seu círculo de poder.

As últimas ações do Ministério Público e da Polícia Federal indicam, todavia, que nem mesmo o líder máximo do petismo está acima das atenções da Justiça. Casos muito suspeitos, aos quais não cabe reagir com sectarismo nem precipitação, vão corroendo a aura de intocabilidade que o protegia.

Seguindo ordens da Justiça Federal, a polícia realizou na última segunda-feira (26) uma operação de busca e apreensão na empresa de marketing esportivo LFT, de propriedade de um filho de Lula.

Não o fez por motivos descabidos. Investigava as ações de uma empresa, a Marconi e Mautoni, suspeita de ter dado propina a políticos para que se estendessem os benefícios fiscais concedidos a duas montadoras de automóveis.

A mesma empresa pagou R$ 1,5 milhão à firma de Luis Cláudio Lula da Silva, sem que fique claro que serviços de marketing esportivo seriam úteis às suas atividades.

Igualmente inexplicado é o empréstimo de R$ 1,5 milhão concedido por um lobista, Fernando Baiano, a um empresário do agronegócio, José Carlos Bumlai.

Segundo a delação premiada de Fernando Baiano, o dinheiro depois teria sido repassado a uma nora de Lula, em troca de um favor feito pelo ex-presidente a uma empresa envolvida na Lava Jato.

O estágio das investigações é ainda incipiente, mas não há dúvida de que o cerco em torno do líder petista começa a se estreitar.

Acuado, o lulismo reage nos bastidores num aparente inconformismo contra a atitude do Ministério da Justiça, que teria "perdido o controle" sobre a Polícia Federal.

Não fosse pela enormidade por trás desse inconformismo –a ideia de que a PF deveria agir a serviço do partido no poder, e não com autonomia–, cumpriria lembrar que a operação se deu em obediência à determinação de uma juíza cujo histórico mais a aproxima do que a afasta das tendências de esquerda.

Ao ex-presidente Lula e seus familiares, como a qualquer cidadão, está assegurado o direito de defesa e o de não ser perseguido arbitrariamente pela polícia. Seria omissão da parte desta, entretanto, recusar-se a investigar os indícios que se acumulam em torno dele.

A menos que admita tal desejo, só cabe ao lulismo defender-se às claras sobre todos os episódios que projetam suspeitas sobre seu líder.

" Fonte: El País = Brasil "

Para se manter no cargo, Cunha reabre porta ao impeachment

AFONSO BENITES Brasília
Presidente da Câmara dos Deputados cria novo rito do processo para driblar veto do STF e acelerar processo contra Dilma Rousseff


O Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no dia


 21. / ANDRE PENNER (AP)
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reabriu a possibilidade de iniciar um processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) ainda neste ano. Ele anunciou, na manhã desta quinta-feira, que suspendeu o rito que havia estabelecido para abrir um procedimento de destituição presidencial. Esse processo fora suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por três decisões em caráter liminar no dia 13 de outubro, depois que deputados aliados do Governo petista entraram com ações para bloqueá-lo.
Ao alterar o rito, Cunha deixa claro sua intenção de usar da sua influência na presidência da Câmara para proteger a si próprio de uma eventual cassação de mandato e negociar com o Governo ou a oposição a possibilidade de se manter politicamente vivo. Na próxima terça-feira, o Conselho de Ética da Câmara abrirá um processo que investiga uma suposta quebra de decoro contra ele por ter mentido em depoimento na CPI da Petrobras. Agora, o peemedebista, no entendimento da assessoria jurídica do Legislativo, pode aceitar a abertura do processo contra Rousseff sem ter nenhum questionamento judicial. Aliados de Rousseff, porém, acreditam que o processo ainda está paralisado.
Desde o primeiro mandato da petista, 32 processos já deram entrada na Câmara, 27 deles foram arquivados e restam cinco para serem analisados por Cunha. Os dois com mais embasamentos jurídicos são: um assinado por um trio de experientes juristas – o ex-petista Hélio Bicudo, o ex-ministro Miguel Reale e a professora universitária Jacqueline Paschoal) – e outro elaborado pelo advogado Luís Carlos Crema, um cidadão que já apresentou seis pedidos de destituição de Rousseff. Deputados próximos a Cunha dizem que ambos têm potencial de serem aceitos, já que demonstram argumentos de que o Governo teria feito as irregulares pedaladas fiscais em 2014 e 2015. As pedaladas são o uso irregular de recursos de bancos públicos para o pagamento de benefícios sociais.
Rousseff não foi a primeira chefe do Executivo a usar desse artifício para maquiar as contas presidenciais, mas, como tem uma debilitada base de apoio no Congresso em meio à grave crise econômica e de popularidade, é a única contra a qual ameaçam usar esse argumento como razão para que perca o mandato.
No entendimento de aliados de Rousseff, como o deputado federal Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA) a abertura do pedido do impeachment segue paralisada. “Não dá para iniciar um julgamento sem saber qual será o próximo passo. O Cunha não suspendeu a decisão dele porque é bonzinho, mas porque sabia que estava errada”, afirmou.
Pereira Júnior foi um dos três parlamentares que recorreram ao STF para impedir o seguimento do processo de impeachment. De acordo com ele, os deputados governistas estudam ao menos duas novas maneiras de atuar caso Cunha defira o processo. “Se constatarmos que há infração à Constituição, vamos recorrer ao Supremo”.

Ataques indiretos

No mesmo dia em que retomou sua ofensiva contra Rousseff, Cunha age indiretamente para tentar derrubar seus acusadores. O pedido de cassação contra ele foi apresentado por dois partidos, o PSOL e a REDE. Nesta quinta-feira, um fiel aliado do presidente da Câmara e feroz crítico do PT, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD), oPaulinho da Força, apresentou no Conselho de Ética uma representação pedindo a cassação do mandato do líder do PSOL no Legislativo, o deputado carioca Chico Alencar. A justificativa é quebra de decoro parlamentar porque um terço de seus recursos de campanha do ano passado eram provenientes de doações de seus funcionários. O outro argumento de Silva era que Alencar teria emitido notas frias para justificar reembolso por parte da Câmara com recursos gastos com uma empresa de informática.
“Isso não foi uma representação, foi uma retaliação”, reclamou Alencar. Segundo ele, há uma clara interferência de Cunha no processo para que o Conselho de Ética fique “desorientado” sobre as gravidades de cada um dos casos analisados.
O Paulinho quer me jogar na mesma lama que ele e o Eduardo Cunha chafurdam
Chico Alencar (PSOL-RJ)
Sobre as denúncias, o líder do PSOL disse que não há nenhuma irregularidade em receber doações de seus funcionários e quanto ao caso das notas frias, ele alega que houve uma mudança da empresa que lhe prestava serviço que ensejou na emissão de notas irregulares. Um procedimento foi aberto pelo Ministério Público Federal e acabou sendo arquivado porque Alencar alegou desconhecimento do problema interno de sua prestadora de serviço e ainda reembolsou a Câmara com os recursos gastos.
“O Paulinho quer me jogar na mesma lama que ele e o Eduardo Cunha chafurdam”, disparou Alencar. Já Paulinho disse que deu a Alencar uma oportunidade de ele se explicar perante seus pares.
Aliados de Cunha relataram ao EL PAÍS que, além de negociar com o Governo e com a oposição, o presidente da Câmara vai tentar protelar o máximo de tempo possível o julgamento da ação contra ele no Conselho de Ética. E lançar o maior número de denúncias contra os seus adversários políticos seria uma estratégia para encher o Conselho de trabalho e prorrogar qualquer análise contra o peemedebista.

" A Máquina de fazer feministas "

 




Se toda obra-prima reflete a alma do artista, o projeto de lei 5.069/13, de autoria do deputado Eduardo Cunha, espelha seu caráter, seu pensamento e sua contribuição para a construção do Brasil do futuro – que vem a ser igualzinho ao do passado, só que um pouco pior.

Em linhas gerais, o projeto aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na semana passada torna ainda mais humilhante e penoso o percurso de mulheres vítimas de estupro que buscam o caminho do aborto legal. E quem são elas? Meninas de 12 ou 13 anos, estupradas por homens da família ou conhecidos, e muitas vezes obrigadas a deixar a escola depois de engravidar – repetindo a sina de mães e avós iletradas. 

São mães com filhos pequenos atacadas na rua à noite, voltando do trabalho, porque a rua não oferece segurança e o transporte não é confiável. São jovens começando a faculdade ou um emprego novo, cheias de planos e sonhos para o futuro. Mulheres como eu, minha filha, minhas amigas, minhas vizinhas, minhas colegas de trabalho, com uma diferença essencial: ao contrário de nós, mulheres de classe média, seu destino e suas vidas dependem do atendimento oferecido pelo Estado. Um atendimento já precário que o projeto de Eduardo Cunha torna ainda pior e mais difícil.

Penalizar mulheres pobres vítimas de violência sexual, além de retrocesso em uma legislação já atrasada em relação a outros países, demonstra um nível de perversidade e inconsequência que mesmo no Brasil parece intolerável. Mas o que instala esse projeto no plano do escárnio público é o fato de essa monstruosidade vir empacotada em um discurso moralista que não se sustenta nem mesmo como farsa. 

Não estamos lidando aqui com um movimento conservador genuíno, do qual poderíamos talvez republicanamente discordar, mas com políticos corruptos que se beneficiam da fé alheia vendendo a ideia de que é legítimo impor uma visão de mundo de viés religioso a um Estado laico. Ou seja: estamos debatendo moral com quem nem sequer entende o sentido da palavra.

No livro A Máquina de Fazer Espanhóis, do escritor português Valter Hugo Mãe, o narrador diz a certa altura que Portugal se transformou em uma máquina especializada em fazer seus habitantes quererem sair do país – uma “máquina de fazer espanhóis”, já que muitos emigram para a Espanha. Com o PL 5.069/13, que ultraja homens e mulheres igualmente, Cunha não vai nos fazer sair do Brasil. Mas pode, sem querer, ter conseguido inventar a máquina de fazer feministas.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

" Lula e o Ajuste "

 CELSO MING

ESTADÃO - 30/10

Depois de passar meses dizendo que Levy perdera prazo de validade, ex-presidente pediu 'prioridade zero' para a aprovação do ajuste fiscal


O ex-presidente Lula é especialista em cavalos de pau. Deu mais um nesta quinta-feira, executado com grande efeito especial.

Depois de passar meses dizendo que Joaquim Levy perdera prazo de validade e que, por isso, deveria ser demitido; e depois de meses em que espalhou recados contra a política de ajuste, Lula lançou nesta quinta-feira palavra de ordem diretamente aos políticos do PT para que passem a dar “prioridade zero” para a aprovação do ajuste fiscal. Trata-se de prioridade anterior até mesmo à defesa da presidente Dilma contra as propostas de impeachment: “A prioridade zero é criar condições para aprovar as medidas que a presidente Dilma mandou para o Congresso. (...) Não podemos ficar mais de seis meses discutindo o ajuste”, disse Lula.

Não ficou nisso. Também fez uma forte defesa do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o maior alvo do PT nestes dez meses de governo: “Tem gente que fala ‘fora, Levy’ com a mesma facilidade que gritava ‘fora FMI’, e não é a mesma coisa”.

Não foram palavras pronunciadas aos rompantes, ao longo de uma entrevista quebra-queixo. Foi pronunciamento previamente redigido feito na reunião do Diretório Nacional do PT.

Vão dizer que esta não passa de mais uma tirada produzida pelo grande Macunaíma da política nacional. Pode ser. Mas é mais do que isso. É uma postura que desautoriza o presidente do PT, Rui Falcão, que há duas semanas, em entrevista publicada na Folha de S.Paulo avisou que “Joaquim Levy deve sair se não quiser mudar a política econômica”. Falcão mostrou grande competência quando foi copy desk da editoria de Economia do Jornal da Tarde na segunda metade dos anos 70. Mas, hoje, além de críticas contumazes à imprensa burguesa, mostra pouca intimidade com as coisas da Economia Política e da política econômica.

O pronunciamento de Lula desautoriza, também, os economistas do Instituto Perseu Abramo que há 32 dias divulgaram extenso documento de condenação à política de ajuste comandada por Levy e, ao mesmo tempo, propuseram a adoção de esquisitices baseadas em aumento das despesas públicas, mesmo com o Tesouro na lona, e na derrubada artificial dos juros.

Muita gente apostará em que a nova postura do ex-presidente Lula durará tanto quanto duraram outras. Mais útil do que isso é tentar entender por que agora apareceu essa novidade, a defesa intransigente do ajuste e da ortodoxia do ministro Levy.

Lula parece ter compreendido as implicações do que a oposição vem chamando de estelionato eleitoral: “Tivemos um problema político sério, porque ganhamos as eleições com um discurso e depois das eleições tivemos de mudar o nosso discurso e fazer aquilo que a gente dizia que não ia fazer”, disse ele. É outro jeito de admitir que estava errada a política econômica anterior, a nova matriz macroeconômica, tal como a denominou o então ministro Guido Mantega.


Mais do que isso, é admitir que, por mais que doa e produza ranger de dentes, o ajuste é a única opção para o Brasil. Se der errado, derrete não só a economia. Derretem o projeto político do PT e a candidatura de Lula à Presidência da República nas eleições de 2018.


CONFIRA





Outra maneira de medir o desemprego é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua. E por ela, o desemprego é maior e mais abrangente do que o mostrado pelas outras pesquisas.

Ato de fé

Na Ata do Copom, o Banco Central admite que a falta de solução para a encalacrada fiscal é fonte de instabilidades e de incertezas. Mas continua repetindo que a administração das contas públicas “tende a se deslocar para a zona de neutralidade”, ou seja, tende a não produzir inflação. É um edificante ato de fé.

" Coração de Mãe "

 NELSON MOTTA

              O GLOBO - 30/10

Imaginem dona Marisa buzinando no ouvido de Lula dia e noite suas ideias, conselhos e ordens. É arrepiante


Que Lula que nada, que Dilma menos ainda; nesses dias desatinados o rumo e o destino do país passam pelo que pensa e sente dona Marisa Letícia, que manda em Lula e está como uma leoa ferida porque tem dois filhos na mira da Polícia Federal. Mãe é mãe, por piores que sejam as acusações aos filhos, mesmo provadas, eles serão sempre inocentes, e se não forem tanto, terão sido as más companhias, os falsos amigos que se aproveitam deles, será sempre por injustiça e perseguição.

Embora não se saiba o que pensa e sente dona Marisa, já que em oito anos de lulato ela nunca abriu a boca (cada vez maior) em público, não se sabe de nenhuma opinião dela sobre nada. No núcleo duro lulista, sabe-se que ele morre de medo da “Galega”, e uma vez chegou a se queixar a jornalistas que, por desobedecê-la em alguma decisão política, estava sofrendo uma greve sexual em casa e, sabe como é, Lula não passa sem um sexozinho.

Para ser candidato a prefeito do Rio de Janeiro, o deputado Eduardo Paes teve que ir a Brasília pedir desculpas de joelhos à “Galega”, implorar o seu perdão, e ser esculachado por ela, por ter acusado seu filho Lulinha, que enriqueceu com a Gamecorp, na CPI dos Correios. Lula, cínico, perdoou, mas disse que, sem o aval da patroa, não poderia apoiar Eduardo e a aliança com o PT carioca. Parece ficção, mas revela como a poderosa loura foi decisiva na história do Rio de Janeiro.

Dilma só foi ao aniversário de Lula em São Paulo depois de longa negociação de Jaques Wagner com dona Marisa, que estava furiosa e atribuía a ela e ao ministro da Justiça a busca da Policia Federal no escritório de seu filho.

Imaginem as opiniões da eminência loura sobre o atual momento do Brasil e da família Lula da Silva. E buzinando no ouvido de Lula dia e noite suas ideias, conselhos e ordens. Quem está com nós, quem está contra, que mentira contar, que balde chutar, quem jogar ao mar. É arrepiante.

O pior é que ela nunca vai poder usufruir do tão sonhado triplex do Guarujá, que, diz Lula, ela comprou por R$ 48 mil da Bancoop, e depois do escândalo foi colocado à venda por R$ 1,5 milhão. Pobre Lula.

" Dia de Aniversário "

 RUY CASTRO

FOLHA DE SP - 30/10

RIO DE JANEIRO -

Foi o pior aniversário de Lula desde os tempos em que, de calça curta e dedo no nariz em sua Garanhuns (PE) natal, ele torcia pelo Vasco e matava aula para caçar calango. Com um agravante: hoje, aos 70 anos, Lula deve ter menos amigos para lhe soprar velinhas do que aos 10, em 1955.


Em compensação, ninguém tem uma lista mais ilustre de ex-amigos, vivos ou mortos: Hélio Bicudo, Chico de Oliveira, Cristovam Buarque, Fernando Gabeira, Vladimir Palmeira, Plínio de Arruda Sampaio, Marina Silva, Erundina Silva, Chico Alencar, Cesar Benjamin, Francisco Weffort, Paulo de Tarso Venceslau, Beth Mendes, Airton Soares. Juntar esse time a seu favor foi uma façanha; fazê-lo desertar em massa, outra. Sem contar os que, por terem se tornado cadáveres políticos, ele abandonou, como José Dirceu.


Em lugar deles, Lula poderia ter convidado para sua festa os empreiteiros, banqueiros e pecuaristas com quem se dá tão bem. Mas boa parte estava impedida de comparecer, por cumprir temporada em Curitiba ou estar reunindo ou apagando documentos. É compreensível também que, subitamente, muitos não queiram ser vistos ao seu lado. O jeito, para fazer quorum, seria Lula convidar antigos aliados, como Sarney, Collor, Maluf –mas estes bem sabem quando e com quem devem se aliar.
Diante dessa evasão humana, só restou a Lula passar o aniversário com seus filhos, noras, sobrinhos e irmãos, com a recomendação de que eles não levassem os amigos, os quais, por coincidência, têm estreitos laços comerciais entre si e com órgãos da administração pública. Devido a esse caráter de festa íntima, não fazia sentido fechar um restaurante de luxo ou mesmo uma churrascaria –o feudo do Instituto Lula era suficiente.

E quem esteve lá pode ter presenciado um fato histórico: a última vez que Dilma e Lula foram vistos juntos

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

FAMÍLIA LULA PREFERE VIVER EM IMÓVEIS DE ‘AMIGOS’
Enrolada em acusações de corrupção, a família Lula da Silva mantém um suspeito hábito de morar em imóveis que não lhe pertencem, ao menos oficialmente. Assim como Lula nos tempos de sindicalistas vivia em uma casa supostamente de propriedade do compadre e advogado Roberto Teixeira, seu filho Luiz Cláudio da Silva há três anos reside em imóvel de uma empresa controlada pelo mesmo Teixeira. E Fabio Luiz, o “Lulinha”, escolheu viver em apartamento pago por um amigo.

O AMIGO GENEROSO
Lulinha optou por um apartamento na exclusiva região dos Jardins, em São Paulo, pago pelo amigo empresário Jonas Leite Suassuna Filho.

CARO ALUGUEL
Em 2010, o apartamento onde Lulinha morava, nos Jardins, tinha aluguel mensal fixado em R$ 12 mil mensais.

GANHOU UPGRADE
Lulinha foi para outro apartamento do mesmo Jonas, em Moema, cujos vizinhos pagam ao menos R$ 40 mil entre aluguel, condomínio e IPTU.

SUBIU DE VIDA
Quando Lula foi eleito em 2002, consta que Lulinha ganhava R$ 1.300 em um zoológico. Em 2010, já era sócio de ao menos seis empresas.

LULA RI DA DENÚNCIA CONTRA O FILHO E CONTA LOROTAS
Em encontro do Diretório Nacional do PT, ontem, em requisitado centro de convenções em Brasília, ex-presidente Lula riu das denúncias de corrupção envolvendo os filhos Lulinha e Luiz Cláudio, este enrolado na Operação Zelotes, culpou a oposição pela crise e sustentou que o mais importante é manter Dilma no poder. No evento, os petistas discutiram “saídas”, e se deliciaram com as mentiras do seu maior líder.

PARA ENROLAR PETISTAS
Lula usou dados falsos do FMI, da economia, da taxa de desemprego e até datas erradas de fundação de universidades na América Latina.

ELE SE ESCONDE
O ex-presidente chegou escondido ao evento, para evitar os repórteres, e foi embora do mesmo jeito. Mas não deixou de culpar a imprensa.

MACUNAÍMA
Lula diz que a imprensa esconde “conquistas” do PT. Mas, ao citá-las no discurso, exagerou nos números. E mentiu sem constrangimento.

PHOTO-OP
Tucanos se algemaram em frente ao Congresso, junto aos militantes da Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos, pró-impeachment de Dilma. Mas não ficaram nem 5 minutos acorrentados.

ENTRE TAPAS
O ministro Eduardo Braga se reuniu com Renan Calheiros após discussão com Ronaldo Caiado (DEM-GO), que o chamou de “bandido e safado”. Braga deve entrar com representação no Conselho de Ética.

PERNAS CURTAS
Lula acusou o governo FHC de sujeitar-se às vontades do Fundo Monetário Internacional, em 1999. Mas ele fez o mesmo no exato dia 15 de dezembro de 2003, quando aceitou submeter-se às duras regras do FMI para obter um crédito de R$ 16 bilhões.

FORNO FRIO
A CPI do BNDES caminha para recomendar a extinção do BNDESPar e dificultar a autorização de empréstimos internacionais. O presidente da comissão, Marcos Rotta (PMDB-AM), não acredita em “pizza”.

NÚMEROS AO VENTO
O ex-presidente Lula disse no encontro do Diretório Nacional do PT que só 30% das famílias têm máquinas de lavar roupas. Pura lorota. Segundo o IBGE, em 2010, 47,3% dos lares já as possuíam.

ISENÇÃO BEM BOLADA
Jeferson Monteiro, que criou o “Dilma Bolada”, recebia R$ 20 mil por mês para realizar seu trabalho para o PT e Dilma. Mas o publicitário se declarou “isento” na declaração de Imposto de Renda.


FISCALIZAÇÃO NO BNDES
O deputado Alexandre Baldy (PSDB-GO) apresentou projeto de lei que estabelece critérios mais rigorosos para concessão de crédito do BNDES a outros países. O banco é investigado em CPI da Câmara.

TESOURA AFIADA
Passou despercebido o depoimento do advogado Carlos Alberto, na CPI dos Fundos de Pensão, que confessou ter visto o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto negociando contratos da CSA com a Petrobras. O petista levou propina de R$ 3 milhões do contrato, segundo a PF.

COMO AVESTRUZ
Durante o evento do PT, ontem, o ex-presidente Lula recomendou aos cumpanheros petistas: “Não se preocupem com esses pobrema (sic)”.

" BC está à espera da POLÍTICA FISCAL de 2016 -

CLAUDIA SAFATLE

VALOR ECONÔMICO - 30/10

Só quando tiver clareza da trajetória fiscal e da composição do ajuste para 2016 é que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai fixar com maior precisão o ponto de chegada da inflação na meta de 4,5% em 2017. No momento, a inflação convergirá para a meta em dezembro daquele ano, mas pretende que seja antes.

Para 2016, a inflação terá que ficar na meta de 4,5% mais a margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Ou seja, não poderá superar 6,5%, na avaliação de fontes oficiais.

Para a política monetária será pior o governo elevar a Cide sobre a gasolina do que se conseguir aprovar a CPMF. O impacto sobre a inflação seria menor com o imposto sobre o cheque. A expectativa é que o reajuste dos preços administrados fique no limite de 5,8%, conforme a ata divulgada ontem. Se for maior, o melhor é que seja um processo suavizado de preços, e não o choque que ocorreu este ano, quando só a tarifa de energia subiu 50%.
engodo, confessou Dilma no vídeo em que prometeu não recriar a malandragem
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Ontem o Copom divulgou a ata da última reunião, que manteve a taxa Selic em 14,25%, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, teve um encontro com parlamentares da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.

O país passa por três processos de ajustes, disse ele aos deputados: o externo, já mais avançado, o monetário para levar a inflação para a meta de 4,5% e o fiscal, para recuperar o abalo nas finanças públicas em 2014. Esse último tem se mostrado o mais difícil e, sem ele, fica mais complicado para o BC definir como vai administrar a taxa básica (Selic).

Os juros de 14,25% ao ano devem permanecer nesse patamar por um bom tempo, mas ninguém é capaz de garantir que o Copom não elevará a Selic daqui para o próximo ano.

O que é dito e repetido pela autoridade monetária é que o comitê não abdicará da prerrogativa de combater a inflação. Teve, porém, que desistir de cumprir a meta de 4,5% para o IPCA em 2016 depois das decisões de julho, quando o governo reviu o superávit primário de 1,1% do PIB para 0,5% do PIB, enviou um orçamento deficitário para o Congresso Nacional e a agência de rating Standard & Poor´s tirou o grau de investimento da dívida soberana do país.

Apesar disso, nem tudo está perdido na questão fiscal, avaliam economistas do governo. Embora a dívida bruta este ano esteja 6,4 pontos percentuais acima de 2014 e atinja 65,3% do PIB, segundo dados de agosto, a dívida líquida restrita (a bruta abatida apenas das reservas cambiais) teve crescimento mais moderado, de 0,8 ponto percentual, para 41,7% do PIB.

Isso explicaria por que os investidores estrangeiros não estão buscando a porta de saída do país. Apesar de não acreditarem no indicador da dívida líquida mais amplo, eles confiam no conceito restrito, alegam fontes.

O fato, porém, é que o impacto das dissonâncias fiscais do governo resultou em um alto preço em taxa de juros. Um dia após a reunião do Copom que elevou a Selic para 14,25%, em julho, a curva de juros de médio e longo prazo era de 13%. No dia 23 de setembro, assimiladas as frustrações com o empenho no ajuste fiscal, a curva mostrava 17% de juros no médio e longo prazos (de dois a sete anos). "Isso só por conta do fiscal", lamentou uma fonte do governo. É certo que houve um pequeno recuo, mas ainda assim foi uma pancada.

Começou lá, também, a desancoragem das expectativas de inflação. Dados da pesquisa Focus mostram que em janeiro o mercado projetava 6,56% para o IPCA deste ano. Hoje estima 9,85%. A expectativa para 2016, que já estava em 5,4% na segunda quinzena de julho, é de 6,22%. E para 2017, que se encontrava praticamente na meta, com 4,6%, já subiu para 5%. Todo um esforço de aperto monetário foi jogado no lixo por decisões que representaram um afrouxamento fiscal.

O ajuste das contas externas é o que mais avançou. De meados de 2011 para cá, a desvalorização da taxa de cambio real efetiva é de 80,4%. O fim do ciclo das commodities em meados daquele ano produziu uma queda de 24,8% nos termos de troca. A desvalorização cambial reduziu em 34% o custo unitário do trabalho. Se por um lado isso significa o empobrecimento do país, por outro torna a economia mais competitiva frente os demais concorrentes no mercado externo, especialmente os chineses.

O ajuste externo se manifesta nas contas do balanço de pagamentos, cujo déficit em transações correntes caiu de US$ 104 bilhões em 2014 para US$ 65 bilhões este ano e há projeções que indicam que o país terá superávit na conta corrente em dois anos. É pela demanda externa que o governo espera reanimar a economia.

Aos parlamentares com quem esteve ontem, Tombini explicou que, a despeito de toda a frustração com a economia brasileira, não há fuga de capitais porque o regime é de câmbio flutuante e o BC vem, nas operações de "swap", fornecendo proteção cambial. Expôs, também, o balanço das operações cambiais, indicando que, se perde em "swaps", o país ganha na valorização das reservas cambiais.

Segundo fontes oficiais, o Banco Central poderá fazer leilão de linhas em dólares no fim do ano, tal como fez nos últimos anos. Tem havido um comportamento padrão dos investidores que retiram recursos do país no último trimestre e retornam no primeiro trimestre do ano seguinte, provavelmente para fechar seus balanços menos expostos a mercados emergentes.

Pelo menos metade dos R$ 25 bilhões de depósitos compulsórios liberados em maio para os bancos expandirem o crédito está nos próprios bancos. Se o sistema financeiro não está com disposição de emprestar, os seus clientes também não estão com vontade de tomar crédito para consumir ou investir. Por essa razão, a proposta de Lula, de expandir o crédito de consumo para dinamizar a economia, não se sustenta.

" Zeelotes devassa empresa de Filho de Lula "


VALOR ECONÔMICO - 30/10

Letícia Casado e André Guilherme Vieira 



Análise da Receita Federal sugere que a LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luis Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode se tratar de uma empresa de fachada.



"A despeito do vultoso recebimento pela LFT Marketing Esportivo em 2014, a empresa não possui nenhum funcionário em seus quadros, bem assim como não informa pagamento de salário ou recolhimento de contribuições previdenciárias de empregados", destaca relatório de pesquisa e investigação anexado aos autos da Operação Zelotes.

O relatório indica que a Receita Federal suspeita que a empresa seja uma fachada destinada a atuar em lavagem de dinheiro. Por isso a Receita sugeriu ao Ministério Público Federal que requeira o rastreamento bancário de uma série de pagamentos identificados pelo órgão.

"Examinando fitas de caixa, guias de transações em espécie e outros documentos, de modo a esclarecer se esses valores foram efetivamente sacados em espécie na ´boca do caixa´ ou se foram creditados em outras contas, ocorrendo as chamadas ´operações casadas´", informa o documento.

Os investigadores sugerem também que os departamentos de auditoria interna dos bancos informem alguns dados, tais como nome, CPF e CNPJ dos responsáveis pelos saques e retiradas de dinheiro. E ainda que os bancos forneçam cópia legível dos respectivos cheques, bem como de documentos que comprovem o destino desses recursos movimentados.

A Receita Federal ainda questiona o tipo de serviço que de fato foi prestado pela LFT, "que motivou o pagamento de tão grande soma".

De acordo com a investigação, somente em 2014, a LFT Marketing Esportivo recebeu R$ 1,5 milhão da Marcondes e Mautoni, empresa suspeita de envolvimento em esquema de corrupção e tráfico de influência para a aprovação de medidas provisórias para prorrogar isenções fiscais a empresas do segmento automotivo.

Apontado como lobista, Mauro Marcondes foi preso na última segunda-feira. Até então, Marcondes ocupava o cargo de vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), mas foi suspenso do cargo até que as investigações sejam concluídas.

De acordo com o relatório, "informação colhida na Relação Anual Informações Sociais (Rais) em que se identifica que a empresa LFT Marketing Esportivo não possui nenhum empregado registrado em 2014, muito embora tenha recebido, nesse mesmo ano, o valor de R$ 1.501.600,00 da Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia Corporativa", informa o material.

Deflagrada em 26 de março deste ano, Operação Zelotes apura irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Segundo os investigadores, foi montado um esquema para influenciar e corromper conselheiros do órgão para cancelar autos de infrações, resultando em economia milionária para empresas autuadas.

Na nova fase, deflagrada na segunda-feira, a Zelotes avançou sobre suspeitas de manipulações na elaboração de três medidas provisórias que beneficiaram o setor automotivo: 471, 512 e 627. De acordo com os investigadores, os suspeitos teriam praticado os CRIME de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, associação e organização criminosa além de lavagem de dinheiro.

A defesa de Luis Claudio nega irregularidades. "Reitera-se que a mera opinião de dois procuradores da república de que os pagamentos feitos pela Marcondes e Mautoni à LFT seriam ´muito suspeitos´ não autoriza a prática de qualquer medida que implique mitigar as garantias fundamentais de qualquer cidadão."

O filho de Lula foi intimado para prestar depoimento à Polícia Federal a fim de esclarecer alguns pontos da investigação da Operação Zelotes.

As FOTOS da prisão de Luis Claudio Lula da Silva serão divulgadas em breve nos meios de imprensa de todo o Brasil, porque a Polícia Federal vai intimar o empresário, que é um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para prestar depoimento no inquérito sobre compra de medidas provisórias favoráveis a montadoras, entre elas a Mitsubishi Motors e a Caoa, que representa a Hyunday no Brasil. Luis Claudio será chamado para se explicar sobre um pagamento de R$ 1,5 milhão que uma de suas empresas, a LFT Marketing Esportivo, recebeu da Marcondes e Mautoni ano passado.
FOTOS da prisão de Luis Claudio Lula da Silva
Assim, em breve poderá ser visto na imprensa FOTOS da prisão de Luis Claudio Lula da Silva, pois os indícios e circunstâncias são fortes. Marcondes e Mautoni é uma empresa de fachada, suspeita de intermediar negócios ilegais entre empresas privadas e o setor público. Ontem pela manhã policiais federais fizeram busca e apreensão de documentos na LFT Marketing, em São Paulo. Os policiais receberam ordens também de apreender documentos da Touchdown Promoção de Eventos Esportivos e Silva Cassaro Corretora de Seguros, que também pertencem ao filho do ex-presidente Lula.

" Eles bebem muito " !


Jairo Bouer
Psiquiatra

 Jovens se excedem espontaneamente no consumo de bebidas alcoólicas
especialmente em festas do tipo "open bar"

Beber muito em um curto intervalo de tempo expõe os jovens a um risco muito maior de apagões, violência, acidentes 
e sexo sem proteção.

Esse é o principal resultado de um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que acompanhou mais de 1.200 jovens em 31 casas noturnas de São Paulo.

O trabalho foi publicado na edição de agosto da revista PLoS ONE e divulgado na última semana no estadao.com.br, em reportagem de Paula Felix. Jovens de 18 a 24 anos foram avaliados, com entrevista e bafômetro, antes da balada, ao sair da festa e no dia seguinte.

Tomar cinco ou mais doses em uma única ocasião (o que os especialistas chamam de binge drinking é uma expressão moderna para o ato de beber bebidas alcoólicas com a principal intenção de tornar-se intoxicado pelo consumo pesado de álcool em um curto período de tempo) aumenta a chance deintoxicação alcoólica e, portanto, compromete a capacidade do jovem de avaliar o risco nas situações em que se envolve.

Quase 30% dos homens e 22% das mulheres apresentaram o padrão de “binge”, que é favorecido pelas festas “open bar” [onde se paga uma entrada e pode-se beber à vontade]. Nas festas universitárias, muitas delas hoje apoiadas pela indústria da bebida, esse é o modelo preferido pelos jovens, o que dificulta possíveis mecanismos de controle individual do consumo ou da implementação de estratégias de redução de danos.



Os pesquisadores perceberam comportamentos de risco distintos entre os sexos:
  • 28% dos homens e 20% das mulheres dirigiram depois de beber,
  • 16% deles e 9% delas usaram drogas ilícitas e
  • 11% dos homens e 7% das mulheres fizeram sexo sem proteção.
  • O “blackout” (não lembrar o que fez depois de beber muito) aconteceu com quase 20% dos jovens e revela uma situação com alto potencial de risco para diversos padrões de comportamento.

Publicidade de bebidas alcoólicas na televisão e em revistas de circulação nacional
tem forte influência para o início do consumo entre adolescentes

                   Mais novos X álcool na TV

Mas não é só o jovem de 18 a 24 anos que bebe muito! Bom lembrar que o início de contato com bebida tem acontecido de forma precoce no Brasil. Quanto mais cedo se dá esse contato, maiores os riscos de os padrões complicados de uso, como o próprio episódio do “binge”, o abuso e a dependência. Nesse sentido, um novo estudo, divulgado na última semana pelo jornal inglês Daily Mail, mostra que propagandas de bebida na TV e em revistas estão influenciando, de maneira importante, o comportamento dos menores.

O trabalho, feito por pesquisadores da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, comparou dados divulgados por uma empresa de análise de mercado, sobre exposição de menores de 18 anos a anúncios de diversas marcas de bebida entre 2011 e 2012, e cruzou esses números com os de uma pesquisa nacional de consumo de álcool por jovens.

Os resultados, publicados no American Journal of Drug and Alcohol Abuse, mostram que crianças e jovens estão cinco vezes mais propensos a comprar bebidas de marcas que anunciam seus produtos na TV e 36% mais influenciados a adquirir produtos que fazem propaganda em revistas de circulação nacional. Segundo os pesquisadores, os dados revelam o quanto a publicidade pode influenciar o comportamento dos mais novos, sobretudo dos menores de 18 anos, em relação ao consumo de álcool.

Se essa influência é iniciada e potencializada de forma mais significativa na adolescência, não é de se estranhar que aos 18(quando o acesso ao álcool fica ainda mais facilitado), quase um em cada três garotos e uma em cada quatro meninas comece a adotar padrões como o “binge drinking” e passe a se expor de forma importante a diversos tipos de risco.

Algumas estratégias defendidas pelos especialistas para lidar com o que consideram hoje um problema de saúde pública, são:
  • Repensar a forma como as bebidas (principalmente as de teor alcoólico mais baixo) ocupam espaço hoje nas diversas mídias (de forma importante na internet),
  • educar para o consumo (mesmo levando-se em consideração que o álcool é um potente alterador da nossa percepção de risco),
  • fiscalizar a venda e o consumo de bebidas pelos menores de maneira mais eficaz e
  • pensar em estratégias de reduzir danos ligados ao consumo de álcool.
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Fonte: O Estado de S. Paulo – Metrópole