quinta-feira, 31 de março de 2016

" Campeão da Lava Jato,PP CRESCE E VIRA TRUNFO NA BARGANHA do IMPEACHMENT "

Sigla que teve 7 denunciados ao STF por caso Petrobras faz negociação dupla com Dilma e oposição






Ciro Nogueira, ao centro, reúne membros do PP.



Dilma Rousseff, durante uma coletiva de imprensa ontem em Brasília.  AFP
A saída do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) do governo, longe de ajudar a resolver a profunda crise institucional que o país atravessa, contribui para enfraquecer ainda mais a posição da presidenta Dilma Rousseff, cujo partido está submerso no maior escândalo de corrupção da história recente do Brasil enquanto o Congresso abriu um processo de impeachment contra ela.
Dilma Rousseff, durante uma coletiva de imprensa ontem em Brasília.
< ...A SOLIDÃO DE DILMA ROUSSEFF > 

Dilma enfrenta uma tripla tarefa que pode acabar sendo impossível. Primeiro, deve enfrentar o escândalo decorrupção da Petrobras que afetou em cheio o Partido dos Trabalhadores (PT), chegando inclusive ao ex-presidente Lula. Até agora, não apareceram evidências que envolvam diretamente a presidenta na trama, mas ela precisa fazer uma guinada que a afaste definitivamente de qualquer suspeita. A justiça deve ir até as últimas consequências e a presidenta deve colaborar sem hesitar para esclarecer tudo.
Em segundo lugar, Dilma precisa enfrentar um processo de impeachment que pode ter consequências importantes que transcendem sua situação pessoal. Embora seja verdade que o processo de impeachment existe na legislação brasileira, também é certo que não foi concebido como arma política, mas como um recurso penal. Mas o fato de que esteja sendo usado de forma errada pela oposição não justifica de forma alguma que a Chefe de Estado o chame de “golpe”. Enquanto isso, o Congresso deveria se lembrar que o Brasil é um sistema presidencialista e não parlamentar por decisão explícita do povo brasileiro no referendo realizado em 21 de abril de 1993.
E o mais importante: Dilma deve governar para tentar superar a profunda crise econômica que ameaça varrer as conquistas de décadas. Dilma Rousseff terá que fazer tudo isso, depois da ruptura com o PMDB, mais sozinha do que nunca.

" José Serra: " O Impeachment não resolve a crise "



Senador tucano crê que o o Governo Dilma cairá e descarta tentativa de golpe de EstadoJosé Serra (ao centro) assiste a um seminário durante evento jurídico em Lisboa que reúne, em sua maioria, líderes opositores do Governo petista.



O senador de oposição José Serra (PSDB-SP) dá como certa a queda do Governo de Dilma Rousseff, embora afirme que “o impeachment não resolve a crise”. O tucano, que disputou a presidência da República com a mandatária em 2010 participou em Lisboa do IV Seminário Luso-Brasileiro de Direito, um evento jurídico que reuniu personalidades que em sua maioria se opõem ao Governo petista, promovido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.
Durante sua palestra sobre “sistemas políticos em tempos de crise”, ele minimizou as conquistas dos Governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma. “Dos anos cinquenta até os oitenta, o Brasil triplicou seu PIB; desde então, cresceu só 40%. O país se desindustrializou, e [o setor industrial] representa apenas 10% do PIB; toda a aposta da política econômica consistiu em favorecer o consumo.”
Serra observou que o país vive um “período de agonia” nos últimos anos. “As grandes manifestações começaram ainda em 2013, por causa do desemprego, e voltaram em 2015, mas já centradas na crítica ao Governo.”
Apesar de ser um evento jurídico, Serra não se esquivou de perguntas sobre a situação política. “Nunca acreditei que a Dilma possa perder o mandato por culpa da crise; o que ocorre no nosso país é que o sistema político impede uma mudança de Governo sem traumas. Historicamente, as mudanças presidenciais foram por suicídio, renúncia, deposição ou impeachment. O sistema presidencialista não permite outros. O impeachment, portanto, é um recurso político com decorrências jurídicas.”
"Para que essas crises não se repitam, é preciso mudar o trocar o regime presidencialista pelo parlamentarismo, e assim substituir os Governos sem traumas"
Como fórmula para acabar com as crises institucionais do país, Serra propôs uma mudança legislativa para que o sistema presidencialista seja substituído pelo parlamentarista, mas admitiu que será uma mudança difícil. “Dizer que a política é a arte do possível é reacionário; eu prefiro dizer que a política é a arte de ampliar os limites do possível.”
Serra, que recordou ter vivido os golpes militares do Brasil e do Chile, disse não acreditar que um golpe de Estado esteja sendo gestado no país —como tem classificado a presidenta Dilma, que em mais de um momento chamou os articuladores do processo contra ela de "golpista" —e  que tampouco deseje isso. “Estamos vivendo o período democrático mais longo da nossa história”, afirmou.
O senador tucano considera certa a queda do Governo, e acha que ela será benéfica para o Brasil. “Já vimos que só com a proximidade da queda da Dilma a taxa de risco caiu mais de 100 pontos. A mudança de Governo trará imediatamente algumas melhoras, porque cria novas expectativas nas pessoas. A mudança é saudável. Os juros cairão e se gerará entusiasmo, mas isso só terá efeitos em curto prazo; para que essas crises não se repitam, é preciso mudar o trocar o regime presidencialista pelo parlamentarismo, e assim substituir os Governos sem traumas.”
Questionado sobre o que faria se um dia se tornar presidente, Serra respondeu que priorizaria as exportações e o setor energético.

" Trocando de Signo "



                                                  MÁRIO CORSO






Nunca me senti à vontade no meu signo. Talvez por estar nele de uma forma intensa, dupla: Peixes ascendente em Peixes. Água com água, e, segundo essa conjunção, eu seria fluido, intuitivo, empático, místico e desapegado. Cheguei a desconfiar dos dados que meus pais me forneceram, até a possibilidade de ser adotado me passou pela cabeça. Mas as testemunhas são muitas. De fato, sou duplamente Peixes, embora não goste nem me reconheça.

Lendo, pesquisando, fazendo mapas, fui me informando aqui e ali e me descobri de Capricórnio. Um dia pensei: não tenho por que viver numa mentira. Basta da ditadura astrológica do meu nascimento, vou assumir-me como capricorniano. Troquei o dia em que festejo meu aniversário e passei a me apresentar como Capricórnio ascendente em Peixes. Algo de Peixes acreditei melhor manter.

Foi difícil e sofrido deixar para trás minha antiga identidade pisciana. Baixou minha sensibilidade para arte, a empatia para com os outros, algumas pessoas se afastaram de mim. Mas valeu cada árduo dia da adaptação, no ano seguinte me sentia diferente, livre, e melhor de tudo: determinado. Embora tenha tido anos felizes como capricorniano, especialmente no casamento e no trabalho – o capricorniano tem um autocontrole e uma determinação invejáveis –, um dia me dei conta de que esse signo tampouco respondia a meus anseios.

Primeiro pensei em voltar, mas depois me lembrei das razões de meu divórcio. Foram muitos anos decepcionantes como Peixes. Eu não podia retornar àquela vida de indecisão, procrastinação e falta de atitude mais concreta para com o mundo. Precisava seguir em frente, e quem já fez uma revolução faz outra.

Durante anos namorava a ideia de ser Leão. Observava o garbo dos leoninos com respeito, gostava de suas atitudes. Pensei: por que não posso ter isso para mim? Dito e feito, Leão foi o signo da minha maturidade. Dessa vez, abandonei o resto de Peixes, escolhi Touro para ascendente, pois me sinto melhor com algo de terra. Foi uma decisão sábia, meus melhores anos foram como leonino. Mas, infelizmente, tudo que é bom um dia acaba. Sem ressentimento, sem acusações, nada contra o signo de Leão, sou grato a ele como antes fui ao de Capricórnio, apenas já não sinto a mesma coisa por eles.

Estou à deriva de novo, busco um signo que me represente. Leio e me informo, mas nada parece me traduzir. Minha astróloga, Mayara, especialista em transmigração astral, já não me aguenta. Mas não desisto, deve haver um cruzamento zodiacal que me espelhe. Tenho algumas esperanças no 13º signo, o rebelde e enigmático Serpentário, que poucos astrólogos levam em conta. Quem sabe esse signo entre Sagitário e Escorpião me exprima, estou estudando...

" A Médica que dispensou o filho da petista "

 





Quando li a notícia sobre a médica que se recusou a atender uma criança porque a mãe dela era do PT, fiquei revoltado. “E o Juramento de Hipócrates!”, pensei, olhando para o Leste, na direção de onde suponho que se esparramem as ilhas gregas. “O que Esculápio, Hígia e Panaceia pensarão disso?”.

Pior: o presidente do Sindicato dos Médicos, Paulo de Argollo Mendes, disse que a médica estava certa em se negar a prestar atendimento. “Por favor!”, ralhei, ainda pensando na ética da velha e sábia avó Grécia. “Nem se Hitler estivesse precisando de atendimento, o médico poderia recusar!”.

Continuei com minhas exclamações, até que entrevistamos o presidente do Sindicato, ontem, no Timeline da Gaúcha.

Paulo de Argollo explicou que a médica não se negou a dar atendimento a uma emergência, nem veta petistas em geral, mas aquela em particular. O que ela fez foi solicitar aos pais da criança para que trocassem de pediatra, porque não aguentava mais a conversa deles durante as consultas.

Bem... Nesse ponto, comecei a entender a médica. É que todo sectário é um porre, seja qual for o dogma. Eles estão sempre prontos para a briga, e gente sempre pronta para a briga é extremamente aborrecida.

Reparem no atual slogan dos petistas: “Não vai ter golpe, vai ter luta”. Luta?

Contra quem eles vão lutar? Será guerra civil, é isso? Vai haver distribuição de armas nos diretórios do PT? Ou será só o exército do Stédile que vai para a frente de batalha?

Luta, luta, eles estão sempre em luta. José Dirceu é o “guerreiro do povo brasileiro”, André Vargas desafia o STF erguendo o punho fechado, eles se acham Espártaco enfrentando as legiões de Crasso em defesa da liberdade dos escravos, Zapata liderando os camponeses contra a tirania de Porfírio Diaz, Marx aconselhando os proletários do mundo a se unirem. O sonho deles é travar a luta de classes. Combater o bom combate, como disse Paulo.

Que babaquice.

Sim, existem explorados e exploradores, negros e brancos, ricos e pobres, empresários e proletários, sim, mas o mundo não está dividido apenas entre explorados e exploradores, negros e brancos, ricos e pobres, empresários e proletários. O mundo é mais sofisticado, a sociedade é mais complexa e o Brasil, felizmente, é mais variado e complicado do que qualquer fórmula maniqueísta.

Antes era mais fácil: você era contra a ditadura ou a favor da ditadura. Ponto.

Agora é preciso pensar um pouco. Quem é contra o governo do PT não é necessariamente tucano, nem simpático a Bolsonaro, nem entusiasta do futuro governo Temer. Quem considera o Bolsa Família um bom programa não é necessariamente petista. Quem é contra o aparelhamento do Estado pelo governo não é necessariamente a favor do Estado mínimo. E quem é petista não é necessariamente um chato. Mas, neste momento de ânimos espinhados, há de se reconhecer que os petistas transformaram-se em pessoas especialmente chatas.

Se você se afasta de uma pessoa de quem não gosta, você está sendo saudável; se você se aproxima, procurando o confronto, você está com problemas sérios.

Uma médica não querer atender um paciente por ele ser de determinado partido ou ter determinada opinião é totalmente reprovável. Uma médica não querer atender um paciente que a incomoda é totalmente compreensível. Importunos de todo o mundo: vade retro.

" Da Imperfeição "

                                               Carlos Gerbase 




Na orelha, Flávio Moreira da Costa adverte: “Só saem inteiros – só permanecem os mesmos – aqueles leitores que não lerem o livro”. Essa frase me fez pegar Visível Escuridão na estante do sebo. Não li O Senhor das Moscas, obra mais famosa de William Golding, de modo que eu estava penetrando pela primeira vez no universo deste inglês vencedor do Prêmio Nobel que tem uma prosa estranha e, às vezes, bem poética. 

Há alguns meses, defendi que o leitor deve abandonar qualquer livro se, depois de 15 páginas, não for conquistado pelo texto. Pois bem, admito, não segui minha própria regra.

Até a página 50 avancei vagarosamente, lutando contra a vontade cada vez maior de me despedir daqueles personagens indigestos, daquele cenário decadente, daquelas descrições pegajosas de uma Inglaterra envergonhada e sem saída. Mas segui em frente, talvez na esperança de um grande final. Não há grande final. 

Há uma tentativa de reunir todos os personagens num grande evento terrorista. Contudo, a reunião não funciona, parece artificial, e, pior, algumas pontas da trama permanecem desamarradas, frouxas, balançando no ar. Golding, o Prêmio Nobel, não teve fôlego suficiente para dar conta dos seus extraordinários personagens. E o leitor, eu, voltei para a frase de Flávio Moreira da Costa na orelha e perguntei: “Estou inteiro? Ainda sou o mesmo?”.

Aí, a surpresa. Tive que responder: “Não sou”. O livro imperfeito tinha me apresentado ao velho pedófilo Mr. Pedigree, ao místico maluco Matty e à linda e monstruosa Sophy. 

O livro imperfeito tinha descrito como Sophy, ainda criança, descobrira sua capacidade de fazer o mal sem qualquer remorso, matando um filhote de mergulhão, e acho que essa passagem nunca mais vai sair da minha cabeça. 

Visível Escuridão é uma prova de que, se ficarmos procurando essências, perfeições, obras inatacáveis, perderemos montanhas de coisas boas. A literatura é feita por seres humanos, que são imperfeitos, cheios de sobras desagradáveis de uma longa história evolucionária que, às vezes, gostaríamos de varrer para debaixo do tapete. Antes de procurar inutilmente a obra sem falha, ou o homem sem mácula, convém olhar em volta e descobrir as virtudes escondidas na imperfeição. E lutar por elas.

" Sindicância apura caso entre pediatra e petista "



MÉDICA REJEITOU CONTINUAR tratando filho de suplente de vereadora Ariane Leitão (PT)alegando não concordar com suas posições partidárias. Gesto da profissional gerou reações


A primeira consequência administrativa no caso da pediatra Maria Dolores Bressan, que se recusou a continuar atendendo o filho da suplente de vereadora Ariane Leitão (PT), foi a abertura de sindicância pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers). 

A tarefa do colegiado é analisar se há indícios de que a conduta da profissional foi equivocada, o que poderá determinar a inauguração de outro processo em que há previsão de punições.


A petista protocolou formalmente denúncia no Cremers contra a profissional. Há opiniões, como a de Ariane, de que a médica lesou um direito da criança por questões partidárias. O que a sindicância discutirá é se houve quebra da ética.


Ainda não foi designado o conselheiro-relator. Será dele a tarefa de fazer a investigação, com interrogatórios das partes, recebimento da peça de defesa, coleta de documentos e busca de testemunhas. Depois, o relator apresentará um parecer, ao final, para uma câmara composta por sete conselheiros. Se o entendimento for de que existem indícios de má conduta, é instalado um processo ético­profissional, fase de julgamento de mérito. 


É reaberto o prazo para produção de provas e defesa, com aprofundamento de detalhes. No desfecho, se a decisão apontar culpa, as penas podem variar entre advertência, censura, suspensão ou cassação do direito ao exercício profissional. Em caso de absolvição, resta o arquivamento.


            PRESIDENTE DO SIMERS ELOGIA PROFISSIONAL

Em entrevista ao Diário Gaúcho na terça-feira, o presidente do Sindicato Médico do RS (Simers), Paulo de Argollo Mendes, ampliou a polêmica do caso ao dizer, em nome da entidade, que a profissional “tem a nossa admiração”. O Simers publicou nota em seu site para referendar apoio à médica.

“A declaração confirma o posicionamento do Simers a respeito do cumprimento do Código de Ética Médica, o qual garante que o médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente”, diz a nota.

carlos.rollsing@zerohora.com.br

" Marginais em ação "

EDITORIAL O ESTADÃO

           ESTADÃO - 30/03

Lula é o Partido dos Trabalhadores. Sem ele o PT não existe. Para os petistas, a palavra de Lula é lei, mandamento supremo que, como tal, se sobrepõe a qualquer preceito legal, inclusive os estabelecidos pela Constituição federal. Em 2012, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou por corrupção a cúpula dirigente do PT no rumoroso processo do mensalão, Lula decidiu que as sentenças foram ditadas “sem provas”, por pressão da opinião pública e da mídia. 


Sua palavra de ordem foi rigorosamente acatada pela manada petista, que, para compensar a “injustiça” praticada contra seus ex-dirigentes, elevou-os à categoria de “guerreiros do povo brasileiro”. 

A partir de então ficou estabelecido para o lulopetismo o princípio à luz do qual as leis devem ou não ser respeitadas: o interesse de Lula. A partir de então, do ponto de vista legal – e não se trata, neste caso, de nada relacionado com a Lava Jato – Luiz Inácio Lula da Silva optou claramente pela marginalidade, para a qual arrasta todo o seu séquito, inclusive a presidente da República.


Hoje, a grande questão legal em jogo é o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Vários ministros do STF já declararam que o impeachment é um instituto legal previsto pela Constituição federal. Com base nesse princípio, a própria Suprema Corte recentemente estabeleceu os procedimentos a serem observados pelo Congresso Nacional para o julgamento do impeachment da chefe do Executivo. 

Mas Lula, Dilma e os petistas não querem saber. Para eles, impeachment é golpe. Repetem isso incansavelmente, como um mantra. E é lamentável verificar que pessoas supostamente bem informadas, a pretexto de defender “as instituições democráticas” que Lula demoliu, não se pejam de engrossar o coro.

Em torno do interesse maior de Lula, que é sua própria sobrevivência política, e sob sua coordenação, está em curso uma ampla e agressiva campanha para combater o “golpe” e, a partir do desembarque do PMDB do governo, para tentar desmoralizar Michel Temer, sucessor natural da presidente, cujo mandato está agora por um fio. Essa campanha tem dois focos distintos. No âmbito do Congresso, destina-se a comprar, literalmente, o apoio de parlamentares em número suficiente para barrar o processo de impeachment. Trata-se de uma compra pura e simples, porque a mercadoria à venda é o cargo público a ser pago com um voto contra o impeachment.

No âmbito mais amplo da opinião pública, a estratégia cumprida por determinação de Lula envolve ações que variam das ameaças verbais a investidas no melhor estilo black bloc, como a realizada na segunda-feira na Câmara dos Deputados, e ainda a mobilização dos movimentos sociais que giram na órbita lulista para manifestações de rua, como as programadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O episódio de guerrilha urbana promovido na Câmara dos Deputados teve o patrocínio de juristas e advogados militantes ou simpatizantes do PT e destinava-se a impedir – o termo, por absurdo que pareça, é exatamente este – que o presidente e outros membros da direção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolassem o pedido de impeachment de Dilma Rousseff que foi aprovado por 26 votos contra 2 pelo Conselho Federal da entidade. 


Aos berros, empurrões e tapas, os quadrilheiros de Lula procuraram, em vão, impedir que o documento da OAB fosse entregue. É assim que a turma de Lula defende a democracia.

No plenário do Senado, o líder do PT, Humberto Costa, ameaçou Michel Temer de ser “o próximo a cair” depois de Dilma e garantiu: “Não haverá trégua a esse movimento golpista, nem antes, nem depois, caso ele venha, vergonhosamente, a se materializar”. Por sua vez, um dos coordenadores do MST, Alexandre Conceição, em ato pró-Dilma na Câmara repetiu a palavra de ordem ditada por Lula: “Está ocorrendo uma manobra inconstitucional, um golpe”.

 E acrescentou que Eduardo Cunha e Michel Temer doravante “não vão ter paz”, para concluir com uma proclamação de enorme alienação: “Para manter os ganhos sociais só há uma saída: manter Dilma na Presidência”. Alguém precisa explicar ao moço quem é que está pondo a perder os “ganhos sociais”.